É na cidade de Chantilly, localizada a cerca de 25 minutos de comboio de Paris, que se esconde uma das novas aquisições do grupo SANA. Chama-se Auberge du Jeu de Paume e apesar de ser um hotel de cinco estrelas que junta luxo, elegância e exclusividade, não é equiparável aos seis conceitos criados pela marca. Numa altura em que o grupo hoteleiro português está a investir na sua expansão internacional, esta unidade destaca-se por ser a primeira propriedade do grupo em território francês e que integra a rede de hotelaria de luxo Relais & Châteaux.
Seja para uma escapadinha romântica de fim de semana ou para umas férias em família, os 155 hectares do domínio de Chantilly conseguem reunir uma vasta oferta cultural, boa gastronomia e atividades desportivas longe da confusão da cidade. Um destino que conquistou o título de o "tesouro escondido de França” e conseguiu manter praticamente intacto parte do seu encanto e interesse cultural, patrimonial e turístico graças a um nome: Aga Khan. Os contributos de Sua Alteza para a recuperação e conservação do património de Chantilly ao longo das últimas três décadas têm sido inegáveis, não sendo de espantar que o seu nome tenha sido atribuído a ruas ou esteja mencionado em diferentes placas de homenagem espalhadas pela cidade.
Localizado à entrada de Chantilly, o hotel de cinco estrelas foi edificado numa antiga esquadra de polícia e abriu portas em setembro de 2012 para tornar a cidade um destino mais atrativo. O resultado? Um hotel de charme, digno de realeza, mas que passa despercebido por quem ali passa. “O ambiente no hotel é art de vivre à francesa”, explica Nicole Wilms-Kauffmann, diretora do Auberge du Jeu de Paume, sobre a decoração escolhida para este espaço e que nos transporta diretamente para uma mansão ou castelo do século XVIII. “O hotel é muito francês, com uma atmosfera muito clássica e inspirada no castelo [de Chantilly]”, diz sobre aquele que é um dos grandes atrativos desta cidade situada no norte de França.
Algo que é visível não só nos tecidos Pierre Frey presentes ao longo de toda a propriedade como nos tapetes inspirados nos jardins do castelo que nos levam até aos pisos superiores onde estão os 67 quartos e 25 suites. Todos eles destacam-se pela sua elegância e requinte, conferidos pelas tonalidades claras, apontamentos dourados, objetos equestres e peças de mobiliário em madeira, onde se destacam clássicos da decoração: o estilo Louis XVI e o famoso tecido toile de Jouy. Conhecido pela sua delicadeza e por retratar cenas e paisagens campestres, o tecido francês está presente no papel de parede e nos cortinados dos quartos em duas cores distintas: azul e bordeaux. E não se admire se reconhecer alguns dos quadros que estão pendurados nas paredes do quarto pois são reproduções de algumas das maiores obras de arte que estão em atualmente em exposição no Castelo de Chantilly.
Consoante o tipo de acomodação (que pode ir do Quarto Clássico à Arc de Triomphe Suite) e a vista escolhida (para o pátio do hotel, para a cidade ou parque do castelo de Chantilly), o preço médio por noite varia entre os 650€ e os 10.500€. Uma curiosidade prende-se com o nome do hotel que deriva da modalidade jeu de paume - uma espécie de paddle jogada num edifício com essa designação localizado ao lado do hotel – e que conquistou a realeza francesa no século XVIII.
La Table du Connétable e Le Jardin d’Hiver são os dois restaurantes do Auberge du Jeu de Paume. Apesar de terem conceitos completamente diferentes – um restaurante de assinatura e um bistrot -, ambos são liderados por Clément Le Norcy que, em 2013, começou a sua carreira como sous-chef em Chantilly. Após passar pelo Hôtel Barrière Le Fouquet's ou Grand Hotel du Palais Royal, regressou a Chantilly em outubro de 2022. “Foi um desafio para mim”, refere sobre aceitar o cargo de chef executivo destes espaços localizados na sua cidade natal, onde se privilegia o melhor da cozinha francesa.
O Le Jardin d’Hiver está pensado para aqueles que procuram uma refeição mais leve e casual ao ar livre. Este pequeno bistrot está localizado no pátio interior da propriedade, onde também é servido o pequeno-almoço, e tem diferentes opções de almoço e jantar. Pode optar pelo menu du bistrot (composto por três pratos, 59€) ou pedir à la carte, com diferentes propostas de carne, peixe e vegetariano.
Para quem não resiste a provar uma sobremesa com Chantilly, há duas opções: o Copo de gelado “La Gourmande” (13€) para os mais gulosos ou o Copo de gelado “Summer” (13€) para quem prefere gelados de fruta. Ambos levam uma cobertura deste creme branco feito à base de leite, açúcar e baunilha.
Apesar da fama que o persegue e das diferentes versões sobre a sua origem, uma coisa é certa: não foi inventado em Chantilly. O rumor tem persistido ao longo dos tempos por, já no século XVII, os menus preparados pelo cozinheiro François Vatel para os banquetes da realeza francesa incluírem um creme esbranquiçado semelhante ao que atualmente conhecemos como Chantilly. “É por isso que a lenda diz que foi inventado aqui. [A história da sua origem] Não é verdadeira, mas as pessoas adoram ouvir a história sobre o creme de Chantilly”, salienta a diretora da propriedade de luxo.
O La Table du Connétable só abre ao jantar e, além das opções à la carte, o espaço apresenta três menus de degustação: Découverte (três momentos, 105€), Signature (cinco momentos, 155€) e Le Table du Chef (195€). Se optar pelo Le Table du Chef, disponível apenas mediante reserva, fica à mercê das propostas criativas do chef executivo. Carpaccio de lagostim (cozinhado com pimenta Sichuan e molho de morango, molho de lagostim e pó de coral) e Lentilhas Beluga (lentilhas beluga, cogumelo-ostra grelhado, maracujá, bolacha crocante de lentilha e creme de limão) são algumas das opções de aperitivos. “As lentilhas são um prato especial porque temos o equilíbrio entre o limão e o maracujá, com um toque de creme cada vez que provamos. É um elemento que combina o prato”, esclarece Clément Le Norcy.
Apesar da fama de doceira que o nome que lhe trouxe, um dos maiores atrativos de Chantilly é o desporto equestre. Todos os anos, o hipódromo da cidade – e o hotel - enche-se de entusiastas das corridas de cavalos para assistir a duas das maiores competições de Chantilly: o Prix du Jockey Club, que se realiza no primeiro fim de semana de junho, e o Prix de Diane Longines, que se realiza no terceiro domingo de junho e que que em muito se assemelha às famosas corridas de Ascot. “Os clientes usam os chapéus, fazem piqueniques na relva e temos muitos donos de cavalos que ficam no hotel", refere Nicole Wilms-Kauffmann que acrescenta: "Realiza-se sempre no domingo antes de Ascot porque muitos vão daqui para lá”.
Tendo em conta que Chantilly é considerada a capital europeia do cavalo, o Auberge du Jeu de Paume oferece diferentes experiências onde os hóspedes podem aproveitar o que a região tem de melhor: natureza, animais, gastronomia e cultura. Desde visitas guiadas ao Centre d’Entrainement, onde treinam alguns dos melhores jóqueis da atualidade, assistir a um espetáculo equestre nos estábulos reais, mandados edificar por Louis-Henri de Bourbon, sétimo Príncipe de Condé no século XVIII, fazer um piquenique com vista para o castelo de Chantilly, enquanto saboreia algumas iguarias tipicamente francesas preparadas pelo chef Clément Le Norcy ou explorar os recantos da cidade a cavalo são algumas das atividades sugeridas pelo concierge do hotel. Muitas delas ficam a pouco minutos a pé do hotel e podem ser vividas em casal ou em família.
De regresso ao Auberge du Jeu de Paume, o spa Valmont, localizado no piso -1, é o local pensado para relaxar e opções não faltam. Os tratamentos faciais são uma oportunidade para descobrir os produtos da marca suíça Valmont. Infundidos com ácido hialurónico, aloé vera ou água das montanhas, são famosos pelas suas propriedades anti-aging e hidratantes. No menu constam seis opções de tratamentos de rosto que podem ir até aos 90 minutos e se ajustam a diferentes necessidades. Seja hidratação, limpeza ou contorno dos olhos, todos prometem fazer a diferença na sua pele.
Se prefere cuidar do seu corpo, pode optar pelo Ritual Signature Maison Caulières (205€ individual/355€ casal). São 90 minutos que juntam esfoliação, massagem de costas e pernas e algo único: uma máscara corporal que se o fizer lembrar o famoso creme Chantilly não é coincidência. “Quando abrimos o hotel tivemos um tratamento com creme de chantilly verdadeiro. Tivemos durante muito tempo, mas como era um pouco repetitivo e devido ao feedback dos clientes sobre o cheiro fez com que mudássemos para este”, explica a diretora sobre o tratamento realizado num dos cinco gabinetes – quatro individuais e um duplo – disponíveis.
Para quem pretende descontrair depois de um passeio a cavalo tem à sua disposição o ritual Le Cavalier (60 minutos, 165€ / 90 minutos, 290€). Desenhado em exclusivo para o Auberge du Jeu de Paume pela Valmont, este tratamento corporal é direcionado para desportistas e praticantes de equitação pois vai ajudar a aliviar a tensão muscular acumulada nos membros inferiores e na prevenção de contraturas.
Para acabar (ou começar) o dia, pode ainda dar um mergulho na piscina interior seguida de uma sessão de sauna ou banho turco. A pensar em todos aqueles que não dispensam a atividade física mesmo em período de férias, o spa dispõe ainda de um pequeno ginásio equipado com aparelhos de cardio e musculação para exercitar o corpo. Se gosta de caminhadas ou corridas, pode explorar os diferentes trilhos de Chantilly e desfrutar da paisagem natural da cidade. “Chantilly tem o charme de Versailles, mas é diferente. É discreta e refinada”, colmata Nicole Wilms-Kauffmann.
O Auberge Jeu de Paume é a mais recente aquisição do grupo hoteleiro português SANA. A propriedade de cinco estrelas, localizada em Chantilly, vem agora juntar-se às 16 unidades que a marca tem espalhadas pelo mundo.
O SAPO Lifestyle visitou o Auberge du Jeu de Paume em Chantilly a convite do grupo SANA.