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Mais perto do céu, neste restaurante de Lisboa faz-se uma viagem mar a dentro

05/04/2024

É a primeira ementa apresentada por Rui Silvestre no Fifty Seconds, que comanda há apenas alguns meses. Identidade nacional e especiarias do Oriente marcam o novo menu do restaurante da Torre Vasco da Gama, uma homenagem aos Descobrimentos com criatividade, elegância, requinte e sabor

Tem um único menu, com o nome de “1497”, que, mais do que um ano, é um manifesto de intenções de Rui Silvestre, neste regresso a Lisboa para comandar o premiado restaurante Fifty Seconds, na Torre Vasco da Gama. O ano remete para o dia 8 de julho, quando largava de Lisboa a armada de Vasco da Gama, a primeira viagem na história a ligar, por via marítima, a Europa ao Oriente, com a chegada a Calecute, na Índia, mais de 10 meses depois.

526 anos depois, Rui Silvestre pega neste feito histórico e, do alto dos 120 metros da Torre Vasco da Gama (que tem um total de 140 metros), inspira-se para criar um menu onde a identidade nacional e as especiarias do Oriente se aliam a uma criatividade sem limites e a um serviço de excelência, para proporcionar uma experiência única, capaz de levar o restaurante ao outros patamares, no que às estrelas dizem respeito. Em cada prato há equilíbrio, sensibilidade, sentido estético e, acima de tudo, um sabor e uma elegância que surpreende a cada momento.

A viagem pelo menu “1497” (€235) começa com a preparação de um cocktail de Marc Pinto, o sommelier do Fifty Seconds, que cobre a mesa com uma espécie de nevoeiro, e dá o mote para a aventura da viagem marítima. Entra-se logo mar adentro no primeiro momento, com uma sofisticada proposta de “Ostra, plâncton, maça verde e pepino”, à qual se segue o “Berbigão, salsa e alho”, remetendo para a proximidade da costa. Por águas mais profundas, segue-se a “Sapateira, peixe-galo e kumbawa”, depois o “Atum Balfego, caviar Oscietra e wasabi”, seguindo-se a “Lula, mexilhão e ervas frescas”.

Está-se quase a meio do menu “1497” de Rui Silvestre para o renascido Fifty Seconds, quando na mesa surge o “Ouriço-do-mar, imperial gold e cebola”. O prato de assinatura de Rui Silvestre, reinventado e aperfeiçoado, de “Carabineiro, caril e limão caviar” é o que se segue nesta viagem, surgindo logo depois o “Salmonete, lagostim e yuzo koscho”. Nesta altura é significativo referir a gestão do tempo de serviço, cadenciado, e a organização da sala, a cargo de Rui Monteiro, bem como a preocupação constante com os detalhes. Em poucos segundos, surge depois o “Polvo, massala, alho negro e estragão”, que antecede o único, mas equilibrado prato de carne do menu, o “borrego, espargos, alho negro e estragão”.

Rui silvestre está, como prometeu quando assumiu o comando do restaurante Fifty Seconds, quase sempre presente na sala. Termina pratos, questiona opiniões, cumprimenta os clientes e transborda satisfação perante tão arrojado desafio. Ambicioso, sabe ser este um palco perfeito para brilhar, reunindo aqui todas as condições para fazer, de novo, história, já que na da gastronomia nacional inscreveu o nome em 2015, com apenas 29 anos, ao tornar-se no mais jovem chef português a ganhar uma estrela Michelin.

O menu do restaurante Fifty Seconds (Torre Vasco da Gama, Cais das Naus, Parque das Nações, Lisboa. Tel. 211525380) termina com “Ananás e gengibre” e com “Caramelo, café e cravinho”, seguido de umas “Mignardises” para acompanhar o café ou um das várias infusões. Conte com duas propostas de harmonização a cargo do escanção Marc Pinto, o normal (€160), e outro mais exclusivo (€450) repleto de raridades vínicas. Está a ser desenhada uma harmonização sem álcool e, irrequieto, Rui Silvestre já desenha um novo menu para continuar a surpreender Lisboa.

Fonte: expresso.pt
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